No Jiu-Jitsu, você não precisa dizer nada. Basta treinar. O tatame revela sua essência com clareza. Sua postura, sua paciência, sua força, seu ego, sua humildade — tudo isso aparece, rola após rola, treino após treino. Ali, ninguém sustenta personagem por muito tempo.
O jeito que você lida com a derrota diz muito. E com a vitória, mais ainda. Se você força desnecessariamente, se solta quando está vencendo, se ajuda quem é mais fraco, se desrespeita quando está por cima. Tudo isso revela não só o atleta, mas a pessoa por trás do kimono.
O tatame não julga. Mas também não esconde. Ele devolve o que você entrega: se vier com sinceridade, evolui. Se vier mascarado, em algum momento, vai quebrar. Porque a luta exige verdade. Ela não aceita fingimento por muito tempo.
É por isso que muitos dizem que o Jiu-Jitsu “limpa a alma”. Ele mostra seus defeitos, destaca seus pontos fortes e te obriga a lidar com os dois de frente. E quanto mais tempo você passa ali, mais claro fica: o Jiu-Jitsu não te muda. Ele te revela.
Fonte: Reflexões de Rickson Gracie, crônicas de mestres da Gracie Humaitá, Alliance e ZR Team