No Jiu-Jitsu, o controle de pegada é uma arma silenciosa e fundamental. Quem domina a pegada, dita o ritmo da luta. Com ela, você pode travar, desequilibrar, preparar raspagens, passes e finalizações, além de anular totalmente os planos do oponente.

Em muitos casos, o combate é definido antes mesmo de um golpe ser aplicado — tudo começa na pegada. Um lutador que sabe onde, como e quando pegar consegue neutralizar a agressividade do adversário e impor seu jogo com economia de energia. É por isso que, para muitos mestres, “o Jiu-Jitsu começa nas mãos”.

As pegadas variam conforme o tipo de jogo e a situação. Em pé, servem para controlar a postura e a base. No chão, servem para prender o adversário, abrir brechas e manter o controle posicional. A escolha da pegada certa — gola, manga, lapela, calça ou faixa — define se você terá vantagem ou será dominado.

No treino de No-Gi, onde não há kimono, o conceito continua: as pegadas mudam de lugar, mas não de importância. Controlar pulso, nuca, tornozelo ou braço são formas de impor o mesmo princípio: limitar os movimentos do oponente enquanto você amplia suas opções.

Além disso, saber quebrar as pegadas do adversário é tão essencial quanto saber fazê-las. Essa habilidade exige tempo, técnica e leitura corporal — e separa iniciantes de lutadores experientes. Muitas vezes, é mais eficiente quebrar uma pegada do que tentar sair de uma posição ruim.

Para desenvolver uma pegada eficiente, é necessário treinar com propósito: subir corda sem os pés, usar rolos de pegada, fazer treinos específicos de grip fighting e isometria. Também é importante entender que a pegada começa com a mente: intenção, posicionamento e estratégia estão por trás de cada “mão no pano”.

Ignorar essa parte do jogo é como tentar lutar com os olhos vendados. A pegada é o elo entre intenção e execução, entre estratégia e ação. Dominar essa arte é elevar seu Jiu-Jitsu a um novo nível.

Fonte: Apostilas técnicas da Alliance, seminários de Marcelo Garcia e estudos da BJJ Library