Se você treina Jiu-Jitsu há algum tempo, sabe do que estamos falando: aquele momento em que, no meio do rola, sua mente trava, o corpo congela e você simplesmente não sabe o que fazer. Parece que tudo o que aprendeu desapareceu. Mas essa experiência tem valor.

Travar é mais comum do que se imagina. Acontece com iniciantes e até com graduados. É o cérebro sendo exposto ao caos do improviso, lidando com pressão, exaustão e imprevisibilidade. É o corpo sendo desafiado a pensar e agir ao mesmo tempo — e às vezes falhando.

O problema não é travar. É não entender o porquê. Essa trava é um reflexo da falta de automatismo. Você até sabe a posição, mas ainda não a repetiu o suficiente sob estresse. O sistema nervoso não reconheceu aquilo como uma resposta “natural”.

A saída? Rolar mais. Mas com propósito. Escolher uma posição para testar, respirar consciente, aceitar errar. A cada rola, você condiciona sua mente a lidar melhor com o caos. E aos poucos, aquela reação travada vira reação técnica.

A primeira vez que você trava no rola pode parecer vergonhosa. Mas na verdade, é um marco silencioso: o início da transição entre saber com a cabeça… e saber com o corpo.

Fonte: Psicologia Esportiva aplicada ao BJJ (Alliance e Gracie Barra), relatos de atletas da faixa preta